Amesterdão, entre canais e bicicletas: 2º Dia

Depois de um primeiro dia que pareceu sem rumo, o segundo - e último - era a oportunidade que restava para ver qualquer coisa que quisesse mesmo ver, porque há sempre algo que não queremos ficar com o arrependimento de não ter visto. E eu sabia que havia muita coisa de interessante para ver, mas não sentia que faltasse algo. Talvez porque o primeiro dia já tinha feito valer a pena, ou porque já tinha sido suficiente para decidir que voltaria a Amesterdão.

Aproveitando dia de sol e céu limpo, começamos pelo Museumplein, a praça dos museus, ou, se é mais fácil reconhecer, onde estão as famosas "letras IAmsterdam"



As letras iamsterdam são um dos motivos mais fotografados de Amesterdão e consequentemente onde se aglomera mais gente na Museumplein. Quem pretenda uma fotografia junto delas sem grande confusão não terá tarefa fácil num dia como este, domingo solarengo.

Além destas, que são "as principais", existem outras no aeroporto (que não cheguei a ver) e um terceiro conjunto itinerante, cuja localização pode ser conhecida através do site do turismo de Amesterdão, mas na altura que embarquei não estava mencionado e, diga-se de passagem, não era algo que me atraísse muito.

O Rijksmuseum, dedicado à história e à arte, é o principal edifício no parque, mas nele também se destacam o Museu Van Gogh e o Stedelijk Museum, dedicado à arte moderna. Acredito que os apreciadores de arte tenham muitas horas bem passadas sem sair da Museumplein.

Ali muito perto está o Vondelpark, que será muito bonito noutras alturas do ano, mas não no inverno com as árvores ainda despidas. E também a poucas pedaladas está o Hard Rock Café.

O almoço, novamente em modo de supermercado para não perder tempo, foi na Rembrandtplein, onde já tínhamos estado na noite anterior.

No seu centro está a estátua que homenageia o pintor Rembrandt van Rijn e a escultura em bronze que deu corpo a uma das suas mais famosas obras, A Ronda Noturna... e é à noite que a praça ganha vida, com os que fazem a respetiva ronda noturna nos muitos restaurantes e bares que estão à sua volta.

Mesmo longe, numa cidade tão cosmopolita como Amesterdão, não causará grande estranheza se disser que a sobremesa foi um pastel de nata acompanhado de uma bica, em chávena, à portuguesa.

Fomos à procura da Margarida (rua Raamsteeg, nº6), vimos no mapa do telemóvel, seguimos caminho, comentamos que estava ali uma rua muito engraçada, sui generis, e no final voltamos a olhar ao mapa. Já tínhamos passado. Margarida era uma daquelas lojas que dava piada à rua que tínhamos comentado.

Junto da 9 Straatjes (9 estradas), um conjunto em 3 canais e 3 pontes que se cruzam e dão as tais 9 pontes, numa viela, lá está a casa portuguesa, com os pastéis de nata na montra, a bica, o sumol, o compal, a super bock, vinhos portugueses e peças de vestuário (essas já sem nacionalidade).

A loja é também um ponto para matarem saudades do sabor de casa os portugueses que trabalham em Amesterdão e tanto a pensar nesses como nos turistas a Margarida apostou na qualidade. Quem já tenha provado um pastel de nata em Portugal verá que estes não lhes ficam a dever em nada.


O único museu incluído no roteiro era o Anne Frankhuis, Casa de Anne Frank. Tentamos comprar bilhete na internet para poupar tempo mas estava esgotado, não apenas para o próprio dia mas para quase todos ao longo dos próximos meses. Por isso cedo percebemos que a única opção era passar junto do edifício e ver como estava a fila, mas quando lá chegamos esperar nem nos passou pela cabeça. Foi diretamente para a lista "para a próxima". O objetivo era curtir a cidade e não ficar numa fila, não nesta vez, fosse para o que fosse.

Quanto olhamos em direção contrária, já o sol se punha. Outro dia, o mesmo espetáculo.

Ainda com algum tempo até iniciar-mos também nós a ronda noturna, e porque com bicicleta tudo fica mais perto, fiz questão de ir um pouco mais a norte (mas ainda dentro da zona de Amesterdão Central) para ver o Silodam, mesmo não sabendo extamente o que era. Nalgumas fotografias parecia diferente e sobrava-nos tempo.

Pelo caminho atravessámos bairro Jordaan, um dos mais luxuosos da cidades ou, como inclusive diz o turismo de Amesterdão, provavelmente o bairro mais famoso nos Países Baixos.


A margem do Rio IJ é diferente de tudo o restante que tínhamos visto. As margens do rio são naturalmente muito mais largas que os canais, os barcos maiores e toda a construção mais moderna.

O Silodam é um complexo de apartamentos e escritórios, sobre o rio, construído entre 1995 e 2003 e por isso se explica que a arquitetura seja tão diferente do centro histórico de Amesterdão. As casas são diferentes entre si, não apenas nas cores mas (no que é possível ver) no formato e o que mais me chamou a atenção foram os duplexes com varanda e passagem entre os pisos pelo exterior... a meio do prédio.

Subindo umas escadas, na traseira está o "jardim". Um deque com vista para a zona de Amesterdão Norte. Bastante curiosa a forma como foram reinventados e adaptados à zona alguns contextos tão tradicionais da arquitectura urbana.


Já a caminho do centro, tempo para uma última paragem no Haarlemmerplein, uma pequena praça numa nas entradas para o centro da cidade

E partíamos para a última noite, com muita animação, um dos melhores rooftops de Amesterdão e um dos 50 melhores bares do mundo.

Comentários

  1. Belas fotografias dessa cidade fantástica que é Amesterdão.
    Um abraço e uma Santa e Feliz Páscoa.
    http://andarilharar.blogspot.pt/

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