Reunião: Cascade de Grand Galet


Foi uma descoberta de última hora e olha que maravilha!
Antes de ir de viagem faço sempre a minha pesquisa sobre o que o local tem para oferecer. Verdade que as surpresas são um dos melhores ingredientes em viagem, mas, por outro lado, já experimentaram a sensação de chegarem a casa e descobrirem que tinham perdido uma oportunidade única de ver ou fazer que estava tão próxima? Por isso, pesquiso. Corta o efeito surpresa mas evita essa dor.

A Cascade de Grand Galet, no sul da ilha, foi uma descoberta de última hora, quando já estava no aeroporto para partir rumo a Reunião. Não fosse essa última busca, e nunca lá teria chegado, pois dela ninguém me falou. E era esta maravilha que teria perdido!
A vista desde o cimo é excelente e fácil, mas a tentação de ir lá baixo era enorme. Estava lá gente, uns poucos, mas eu não tinha tempo, o dia estava a terminar e tinha que entregar o carro na rent-a-car. E quanto mais decidido estava que não iria, menos tempo tinha. Até que fui.

Para nadar junto à cascata, é preciso atravessar o riacho e para atravessar o riacho não há um caminho – cada um faz o seu. É difícil encontrar a melhor forma para passar, por cima de rochas, para a outra margem e é preciso procurar uma rota para ir e outra para voltar. Parece que no regresso ninguém consegue dar com o caminho de ida.
Como não tinha tempo a perder, não fui ao carro deixar nada. Levei o essencial e o supérfluo: GoPro (que seria suficiente), mochila com máquina fotográfica, tripé, toalha, calções de banho, chinelos, roupa seca e sapatilhas. Importante para a história: eu levava a máquina fotográfica dentro da minha mochila. E com tudo o que tinha, às costas ou dentro de algum saco amarrado, atravessei o riacho.

Cruzei-me com as últimas pessoas que lá estavam. Melhor: eu fui a última pessoa.

Já sem problemas (aparentemente) pela frente, fui atravessar uma poça. A água dava abaixo da cintura, não havia problema. Lembrando: eu tinha a mochila às costas e a máquina fotográfica lá dentro. Já conseguem adivinhar? O fundo era rocha. Rocha coberta de água todo o dia, todos os dias. Mais escorregadia era impossível. Quando meti o segundo pé, sku.

A única coisa que me preocupava poder acontecer, a única coisa que me assustava, a mochila dentro de água. Pânico! Mas pânico a sério. Não por mim, impecável, mas pela máquina!

Tentei chegar à toalha o mais rapidamente possível, precisava para secar tudo, a toalha estava dentro dum saco de plástico, o saco bem atado (para quê atar bem os sacos? Para não cair nada à água?). Achei que não havia solução, os “circuitos” já deviam estar estragados (como se eu percebesse alguma coisa) e, pior, as fotos tiradas também estariam perdidas. Quando consegui e, finalmente (FINALMENTE!!), abri a mochila… estava seca. Completamente seca!

Descobri que a minha mochila é impermeável! Que alívio! Eu não comprei apenas uma mochila para equipamento fotográfico. Eu comprei uma mochila para equipamento fotográfico apta para desastrados!

Quando cheguei junto das quedas de água, já lá não estava ninguém. Foi a última coisa que visitei em Reunião. E como valeu a pena!

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