Antuérpia: MAS, Red Star Line, Eilandje e Zuid

Do norte de Antuérpia disseram-me que era a área mais moderna vibrante da cidade. Do sul de Antuérpia disseram-me que era a mais moderna e elegante. E nenhuma das opiniões estará errada.


Não fará falta dizer que todas as cidades têm uma zona mais velha e outra, por oposição, mais nova, mas a forma como está restaurada uma e projetada outra fazem que o velho se torne histórico e o novo se torne moderno.

Se o Centro Histórico é, sem surpresa, o ponto chave da Antuérpia antiga, o distrito de Eilandje (a Ilhota) é o local mais moderno da cidade e tem no MAS: Museum aan de Stroom o seu expoente máximo.

Na zona de Eilandje, no Norte de Antuérpia, estava o antigo porto marítimo de onde milhões de europeus partiram para a América do Norte em busca de novas oportunidades. Pessoas do Norte e do Sul, rumavam Antuérpia para aí embarcarem no transatlântico que as levaria a uma vida mais próspera. Com a construção do novo Porto de Antuérpia (o segundo mais movimentado da Europa) mais a norte, a zona de Eilandje entrou em decadência durante o século XX, até que, já no final do século passado, surgiu o plano de revitalização desta área.

MAS: Museum aan de Stroom

O MAS, aberto em 2011, é a jóia de Eilandje e a resposta ouvida quando se fala em ir ao norte da cidade. Os seus blocos toscos de arenito vermelho juntos do vidro curvo que envolvem parte da fachada formam um fascinante grande bloco que emerge junto do pequeno porto. Pequeno, mas cheio de luxuosos barcos.

Além de um museu de cultura e história, o edifício tem também um restaurante com 2 estrelas Michelin, o 't Zilte. Para compensar o restaurante que não é para qualquer bolsa, o acesso à vista panorâmica do último piso é de acesso gratuito.

Quando cheguei ao MAS, ainda em horário de inverno, a bilheteira já estava fechada, mas vale bem a pena subir (pelas escadas rolantes) os nove andares para chegar ao terraço que permite ver toda a cidade (e redondezas) aberto até às 22h00 até 1 de abril e até á meia noite entre 1 de abril e 31 de outubro.

Red Star Line

As grandes migrações de outros tempos deram origem ao mais recente dos museus de Antuérpia, o Red Star Line Museum, no edifício onde até 1934 se verificava o estado médico daqueles que pretendiam viajar para a América do Norte a bordo dos navios da companhia Red Star Line.

Apenas inaugurado em 2013, o Red Star Line é também uma homenagem aos mais de dois milhões de passageiros, oriundos de vários países, que dali partiram para atravessar o Atlântico, mas mais do que isso, pareceu-me um museu das migrações e uma forma de recordar que somos todos muito mais parecidos do que por vezes julgamos e que há vários milhares de anos que o Homem se muda em busca de um lugar melhor.

M HKA e Zuid

Outra área descrita como vibrante em Antuérpia é, curiosamente, a oposta, a Zuid (literalmente "Sul"). Nela destacam-se o museu de arte moderna M HKA e o museu FOMU - Fotomuseum, e entre eles e o Centro Histórico está ainda o ModeMuseum.

Dos três apenas visitei o M HKA e, apesar de já ter anteriormente visitado algumas exposições temporárias de arte contemporânea, foi a primeira vez que visitei um museu todo dedicado a ela.

É uma experiência que me levou para um novo espaço, rompendo completamente aquilo a que estava habituado quando pensava em arte, mas muitas peças foram realmente capazes de levar à reflexão sobre o que nos rodeia. Não sendo eu particularmente fã de museus de arte, este deixou-me curiosidade suficiente para, numa próxima oportunidade, visitar outro museu de arte contemporânea.


De Antuérpia segui para Brugge, a cidade que mais me encheu as medidas entre as que visitei na Bélgica. Para seguir, aqui, ninstagram e no twitter.

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