Mergulho com os tubarões @ Durban (com vídeo)

Mergulhar entre os tubarões é tão espetacular quanto possa parecer e muito mais seguro do que possa soar.
Cheguei a Umkomaas, a sul de Durban, ao nascer do dia. Havia muito tempo que não via nascer o dia e este foi num cenário magnífico. Em Umkomaas fazem-se duas coisas: pesca e mergulho com tubarões.
Existem várias empresas que fazem este trabalho (eu fui com a Sharkbooking) e tudo é muito simples. Todo o material de mergulho é emprestado e os clientes apenas têm que levar coisas mais-ou-menos óbvias como fato de banho e toalha para no final tomarem banho. Depois de equipados, somos levados num jipe para o rio onde se fará a entrada no Oceano Índico.
O barco tem capacidade para doze pessoas, incluindo a equipa, mas naquele dia eu era o único cliente. Juntava-se o skipper, o condutor do jipe e a monitora, que explicou o processo. Simples. Ou deveria ser. Também se juntou um surfista/megulhador.
Antes de nós, outro barco entrou na água. Simples. Depois fomos nós. Barco colocado dentro de água, coletes colocados, tudo a postos, bem agarrados, vamos lá.
O barco acelere, salta uma onda, duas, três, e diante da maior pára. Achei que fizesse parte do processo. Depois o skipper tentou colocar a funcionar, em vão. Uma, duas vezes, muitas, não ligava e estávamos parados na zona de rebentação. A monitora, o condutor do jipe, o surfista (ainda bem que lá estava), cada um se agarrou a um sítio para fazer peso de modo a que o barco se voltasse para o rio.
Perguntei o que podia fazer, nada. Depois percebi porquê: o mar estava muito forte e quem não tivesse experiência, mais valia estar quieto.
Já com o barco de lado, parecia que a qualquer onda ia virar. Acho que todos pensaram que o barco acabaria por virar. Estávamos parados na pior zona, a única em que aquilo não podia acontecer.
O barco acabou por dar a volta em direção à praia e para nossa sorte ainda estavam lá muitas outras equipas para entrar - todas vieram em nosso auxílio. A situação apenas acalmou quando conseguiram atrelar o barco, várias extensões, a um jipe que o rebocou para margem.
O skipper viu qual era o problema, solucionou e fomos para outra tentativa. Quando colocamos o barco na água, o reboque ficou atascado na areia e o jipe não o conseguia puxar. E cada vez se enterrava mais. O skipper no barco, o condutor a tentar tirar o jipe, a monitora a tentar dar conta do reboque, e eu que não percebia nada daquelas manivelas. Apenas pude ajudar a empurrar o jipe. O jipe lá se conseguiu mover para areia mais firme, voltamos a prender o reboque e a cavar na areia enquanto o jipe puxava pelo cabo o reboque. Parecia que estávamos a jogar com a sorte, a monitora (que devia ter a minha idade) disse que em dois anos de experiência, a fazer aquilo todos os dias, era apenas o terceiro incidente que via. Finalmente tudo estava pronto. E fomos.
São alguns (bons) minutos até à zona marítima protegida de Aliwal Shoal, um cenário espetacular, e eu nunca tinha andado de barco. Quando chegamos ao local, já lá estão outros barcos. É preparada a jaula e colocada dentro de água.
Não é necessário ter medo dos tubarões. Existe inclusive gente a nadar junto deles mas as empresas optam por vender tours em jaula pois desta forma não é necessário qualquer experiência de mergulho (quem está fora, tem experiência). Os tubarões ignoram as pessoas. O pessoal do barco tem que continuamente atirar sardinhas ao mar para atrair a atenção dos animais.
Ainda no barco, vê-se alguns tubarões, mas o melhor é quando estamos dentro de água e vem o primeiro grande, Ali tão perto!
Mas disso, melhor que contar é mostrar.

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