Road Trip Namíbia (II): Lüderitz e a aldeia fantasma de Kolmanskop
Lüderitz é uma das vilas mais visitadas da Namíbia. A sua
distância de quase todos os demais pontos de interesse é combatida com um
aeroporto, um porto marítimo e uma rica vida animal aquática e a sua singularidade que encanta quem a visita.
O português Bartolomeu Dias, em 1487, foi o primeiro europeu a conhecer a baía que primeiramente se chamaria Angra Pequena, mais tarde rebatizada em homenagem a Adolf Lüdertiz, mercador alemão e fundador do então Sudoeste Africano Alemão, nome dado à colónia entre 1884 até 1915. A arquitetura colonial é uma das características que rapidamente salta à vista, com destaque para a Felsenkirche (Igreja d Rocha), mas o seu crescimento em muito se deve à indústria mineira nas redondezas.
Ao largo da Lagoa de Lüdertiz é possível ver golfinhos, falmingos e existe uma colónia de pinguins africanos (tal como na Cidade do Cabo), que fazem as delícias dos turistas. Mas o que mais me atraia a mim era aldeia fantasma de Kolmanskop.
Onde ficar: Lüdertiz Nest Hotel - é provavelmente o melhor hotel da cidade, com 70 quartos, 3 suítes, restaurante, bar, piscina e sauna. Mesmo sobre a praia, com uma excelente vista do nascer ao pôr-do-sol e um staff muito prestável e afável.
A 13 km de Lüderitz, Kolmanskop foi outrora uma importante aldeia para a indústria mineira e a extração de diamantes, entretanto abandonada na década de 50. Desabitada, sofreu o desgaste provocado pelo Deserto do Namibe mas como noutros casos, o que a civilização abandonou, a indústria do turismo reaproveitou e foi o que aconteceu em Kolmanskop, hoje um local de intenso interesse fotográfico. O que eu não podia deixar passar. Espantoso!
A entrada em Kolmanskop custa N$ 85 e lá dentro, pese a ser uma aldeia fantasma, existe um pequeno museu, bar/cafetaria, loja de souvenirs e casas de banho. Como disse antes – a Namíbia demonstra um interessantíssimo nível de infraestruturas para o turismo.
São muitas as casas que oferecem condições de segurança para entrar, apesar de tomadas pela areia e do visível desgaste das estruturas. Algumas de grandes dimensões, outrora talvez luxuosas, hoje apenas objetos fotográficos. Os pisos térreos, pela maior acumulação de areia, são os mais interessantes.
O cenário é de filme!
Após aproveitar cada minuto até ao encerramento do parque, às 13h00, altura de conduzir em sentido contrário ao da véspera, para penetrar o Deserto do Namíbe. O almoço seria na localidade de Aus, a mais próxima de Lüderitz… a 120 km de distância. No restaurante do Bahnhof Hotel, provei uma espetada de avestruz e springbook, mas o que me ficariam na memória apenas veio já na partida. Quando pedi a três crianças que brincavam à porta do restaurante, junto ao meu carro, para lhes tirar uma fotografia, o abraço foi espontâneo e logo do restaurante começaram a acenar duas jovens funcionárias que queriam, também elas, ser fotografadas. A Queen e a Beata, de 21 e 19 anos. Muitas vezes pedi autorização para fotografar e muitas vezes me ofereci para fotografar outras pessoas, mas acho que nunca ninguém me tinha pedido com tanto empenho e alegria para lhes fotografar. E se podia enviar as fotografias para o e-mail do restaurante? Claro. Pediram o e-mail à colega ou chefe, que ria com uma cara que dizia "sempre as mesmas". Há tantos e tão simples pormenores que podem fazer valer um dia.
Tens razão, o cenário é mesmo de filme. As casas abandonadas carregadas de areia são qualquer coisa! Fiquei impressionada e cheia de vontade de conhecer!
ResponderEliminarA felicidade dos miúdos por serem fotografados é impressionante - e é espectacular as raparigas terem-te pedido para as fotografares (a mim nunca me aconteceu, talvez porque não fico muito à vontade a fotografar pessoas).
Ainda não te seguia nem pelo facebook nem pelo instagram (acabei de o fazer)!
Aonde (não) estou
Também não fotografo tantas pessoas quanto devia e gostaria. Geralmente acabo por ficar no impasse e não perguntar.
EliminarObrigado por acompanhares :)
Estou impressionada!
ResponderEliminarr: Muito obrigada :)