Belfast: a capital da Irlanda do Norte


Em Belfast iniciei esta viagem de 9 dias pela 3ª maior ilha da Europa.

O que visitar na ilha da Irlanda? As milhas acumuladas no programa Emirates Skywards já me permitiam trocar por algum voo e entre as opções em aberto a escolha recaiu para a ilha da Irlanda, com ligação de Faro para Belfast, aproveitando que Easyjet e Emirates são parceiras.

Sobretudo quem me segue no instagram, sabe que sou mais de natureza do que de cidades, e do interessantíssimo leque de oportunidade que a Irlanda nos oferece, dois locais não poderiam faltar: Giant’s Causeway e Cliffs of Moher. E, além da partida e chegada em Belfast e da inevitável Dublin, Galway completou o meu roteiro.

Chegado a Belfast ao cair da tarde, bagagem deixada no hostel, e fui direto ao Belfast Titanic.

Belfast é a cidade do Titanic, o navio que ficou conhecido para a minha geração pelo filme protagonizado pelos então tão jovens Leonardo DiCaprio e Kate Winslet. E é uma pena que o mais mediático dos produtos da industria naval da capital da Irlanda do Norte seja precisamente o mais trágico. Mas dessa tragédia e desse reconhecimento surgiu, já neste século, aquele que me parece já se ter tornado o mais emblemático edifício de Belfast, com as suas quatro faces inspiradas na proa de um navio, compostas por irregulares peças de alumínio que ao nascer ou cair do dia, iluminados pelos tons quentes do sol, ou de noite, iluminadas de roxo, ganham especial encanto.

Acabei por não entrar no museu. Não me levem a mal. Mas o meu olho fotográfico interessa-se mais pelas formas do exterior de uma construção como esta, capaz de o visitar duas vezes para encontrar cores diferentes, do que pelas exposições no interior.
No dia seguinte era domingo de Páscoa, o que afetou os meus planos, mas foi um dos dias mais soalheiros desta minha viagem, e permitiu-me longas caminhadas numa cidade pequena, quando comparada com a maioria das capitais europeias, mas que me surpreendeu positivamente.

Assim, logo pela manhã encontrei fechadas as portas do St George’s Market (Mercado de São Jorge), mais tarde o Irish Republican History Museum, dedicado à história do movimento que pretende separar a Irlanda do Norte do Reino Unido para formar uma só Irlanda unida e republicana, e o Nothern Ireland War Memorial, que homenageia a participação dos norte-irlandeses na Segura Guerra Mundial. E, não sei se também motivado pela Páscoa e as suas celebrações ou se pelo horário de funcionamento, não me foi possível entrar na St. Anne’s Cathedral (Catedral de Santa Ana).

Aberta estava sim a St. Patrick Church, Igreja de São Patrício.
À parte de explorar as oportunidades fotográficas que o Titanic Belfast proporciona, outro dos pontos mais enriquecedores da minha passagem pela cidade foi a visita ao Belfast City Hall, a sede do município, onde através da exposição permanente e da visita guiada se aprende sobre o edifício e sobre a história da cidade.

E a história de Belfast, tal como a história da Irlanda do Norte, é uma história marcada por conflitos, sobretudo políticos mas também religiosos. De um lado, os unionistas, maioritariamente protestantes, que pretendem a continuidade do estado no Reino Unido, do outro os nacionalistas republicanos, maioritariamente católicos, que pretende uma só e unida Irlanda.

Desses conflitos, para separar bairros rivais, surgiram os Peace Walls, muros da paz, essa estranha paz mantida por muros que acentuam as divisões.

Visitei alguns deles, onde os republicanos e nacionalistas irlandesas homenageiam não só a sua história, mas também vários líderes revolucionários e manifestam apoio a outras causas independentistas.

Informação: as visitas guiadas ao Belfast City Hall são gratuitas mas necessitam de inscrição prévia, para garantir que ainda há lugares. Para mais informação sobre os horários, visita o site.

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