Tirana: uma curta passagem pela Albânia


Eu sei que não aproveitei o melhor do país. Mas foi o que deu.


Do meu roteiro previamente delineado – sujeito a alterações – a Albânia era o país que menos me atraia. Sabia que os locais de maior procura turística estão no sul, na Riviera Albanesa, junto à Grécia, mas o meu calendário não me permitia tomar essa direção e depois voltar para Norte, rumo a Montenegro. De Ohrid iria para Tirana, no coração do país, daí para Shkoder, a norte, e depois entraria no país vizinho. Esse era o plano.

Algo que comprovei ao longo desta viagem foi como variadíssimos fatores podem condicionar a nossa opinião sobre um local, seja na chegada ou até antes dela. E a viagem para Tirana foi algo caótica. Por três vezes o autocarro em que seguíamos parou e tivemos que mudar para outro, sem perceber o que se estava a passar, porque os motoristas não falavam inglês. Paravam, começavam a tirar as malas e a apontar para outro autocarro. Nós mudávamos e esperávamos que aquele fosse até Tirana, até também aquele parar e mudarmos mais uma vez. E quando finalmente lá chegamos, tivemos que ficar numa estação longe do centro, porque era dia de celebração de Madre Teresa de Calcutá (filha de país albaneses) e mais alguma razão que possamos não ter compreendido.

Isso poderá ter influenciado a minha opinião sobre Tirana? Talvez. As mães a mandar a filhas, descaradamente, ir pedir dinheiro aos turistas? Isso sem dúvida. Foi algo bastante contrastante com a pacatez e hospitalidade que tinha testemunhado na Macedónia.

Tirana não foi uma cidade que me conquistasse. É uma cidade de meio milhão de pessoas, cheia de vida e talvez seja isso, mais para viver, ainda que nas débeis condições de um dos países mais pobres da Europa, do que para ver. Mas se digo que Tirana não me conquistou, não é para desencorajar quem quer visitar a Albânia.

Diz quem por lá passou, que as praias da Riviera valem a pena. E sobretudo dizem-me que as montanhas do norte são fantásticas. Aliás, as montanhas do norte da Albânia e os seus trilhos foram das coisas mais elogiadas que ouvi durante a minha viagem pelos Balcãs. Tanto que, provavelmente, será incluídas numa outra viagem à região, no futuro, um dia.

Acabei por ter na Praça Skandenberg, a praça principal da cidade, um final de dia bastante agradável, rodeado de gente de todas as idades. Mas sentindo que não havia muito mais que me cativasse em Tirana, na manhã do segundo dia parti rumo a Montenengro. Sei que não vi o melhor do país e essa certeza foi-se acentuando à medida que me cruzava com viajantes que o tinham visto. Talvez numa próxima.

O que visitar em Tirana
Infelizmente, durante a minha visita a Mesquita Et’hem Bey, a principal da cidade, estava em obras e acabei por não visitar. O Museu de História Nacional deixei para a manhã do segundo dia… mas depois decidi deixar a cidade.
Sugiro uma passagem pela inusitada Pyramid. Foi construída como um museu de tributo ao ditador Enver Hoxha mas deixada ao abandono depois da sua queda. Hoje é um edifício excêntrico e sem utilidade. Se, como eu, gostam de experiências incomuns, podem subir a Pirâmide. Pelo seu exterior.

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