Road Trip Namíbia (I): o início

Para 2017 estão planeadas poucas mas grandes aventuras e a primeira delas foi uma espetacular road trip de uma semana pela Namíbia, um enorme país que contempla mar, montanha, muita vida selvagem e o mais antigo deserto do mundo, meu maior fascínio para esta viagem. O Deserto do Namibe. Tenho muito para vos contar e mostrar, aqui, no instagram e no facebook.
Com 825.615 km2 é o 34º maior país do mundo mas com pouco mais de 2,1 milhões de habitantes a Namíbia é o segundo país com menor densidade populacional (apenas a Mongólia é menos densa). Posto isto, as suas localidades são geralmente muito pequenas e estão separadas por largas dezenas ou mesmo centenas de quilómetros, a rede de transportes públicos é muito deficitária (afinal de contas, quase não há público para os transportes) e as únicas formas exequíveis de viajar através da Namíbia são de carro alugado ou tour reservado.

Não se pense contudo que a Namíbia não está preparada para o Turismo. Pelo contrário: existe um excelente trabalho para contrariar as limitações demo e geográficas - seria difícil estar melhor preparada. A rede rodoviária é composta por estradas alcatroadas em excelente condição a ligar as principais cidades e nos restantes casos estradas de gravilha, amplas e bem tratadas, onde apenas faltava mesmo o alcatrão. Um carro 4x4 não é de todo necessário.

Para explorar todos os locais de interesse necessitava mais do que uma semana, mas para caber tudo nesse período escolhas tiveram que ser feitas e concentrei-me em quatro pontos: (1) Lüdertize a vila fantasma de Kolmanskop, (2) o Deserto do Namibe em todos os seus encantos; (3) Walvis Bay e Swakopmund, e (4) a capital Windhoek. De fora ficaram o Fish River Canyon e o Parque Nacional do Etosha.

Levantado o carro, no primeiro dia deparava-se a mais extenuante aventura: 800 km desde o Aeroporto Internacional Hosea Kutako até Lüderitz, onde no dia seguinte se iniciaria a exploração dos locais de interesse.

Esperava 8h00 de condução e terreno muito árido e plano em quase toda a sua extensão, mas logo aí houve a primeira boa surpresa. À saída de Windhoek encontrei-me a conduzir em longas e planas retas mas rodeado de montanhas verdes, um cenário que lamentei não poder fotografar como pretendia, mas nesta fase todos os minutos contavam: conduzir depois do pôr-do-sol não é recomendável por ser o período de maior atividade animal.
Apenas foi necessária uma paragem para abastecer e foi na aldeia de Tses, pequena mas repleta de crianças àquela hora. Talvez vindas da escola. De regresso à estrada, não restavam dúvidas de que chegaria a tempo a Lüdertiz. As estradas eram espetaculares e desertas, tornando-se impossível respeitar os limites de 120 km/h. O limite é próprio de uma autoestrada e apenas não o são porque não há outras alternativas… mas é mais fácil de conduzir do que em muitas autoestradas portuguesas.

Por volta das 17h30, menos de oito horas depois de iniciar viagem, estava na costa do Atlântico, em Lüderitz é uma das mais turísticas vilas namibianas. E como por todo o país, é da Alemanha que vem a maior parte dos visitantes – a Namíbia foi uma colónia alemã desde 1884 até 1915, aquando da derrota germânica na primeira guerra mundial, tornando-se depois parte da África do Sul até 1990.
Foi sobre o Atlântico que passei a primeira noite no país, mas isso já fica para o próximo post.
Informações Úteis Namíbia - Road Trip:
- Documentação necessária: (1) Passaporte
(2) Carta de Condução Internacional – pode ser pedida no ACP ou no IMT.
- Visto: sem necessidade de pedir antecipado. Tira-se no aeroporto e é gratuito para cidadãos portugueses e brasileiros.
- Moeda: Dólar da Namíbia (N$) é a moeda local mas também aceite em todo o lado o Rand sul-africano (com o mesmo valor). Uma vez que o dólar da Namíbia não é trocado no exterior, é recomendável utilizar rands, e como o troco é dado em dólares da Namíbia, convém gastá-los antes de sair do país.
- Conduz-se: pela esquerda
- Limites de velocidade: 120 km/h nas estradas alcatroadas, 80 km/h nas estradas de gravilha.
- Condições das estradas: excelentes e geralmente com muito pouco tráfego. Apenas existe tráfego nas estradas que ligam as principais cidades: estrada B1 entre Okahandja-Windhoek-Kalkrand e B2 entre Walvis Bay-Swakopmund-Okahandja. Mesmo assim, nada de excessivo.
- Informação útil: agência The Cardboard Box Travel Shop (www.namibian.org). Foi através do seu site que preparei a minha viagem, com muitos emails trocados e muita disponibilidade para esclarecer qualquer dúvida.

Comentários

  1. Estou entusiasmadíssima para ver os relatos desta tua viagem. Já tinha descoberto o teu blogue quando pesquisei sobre as Victoria Falls. Tenho muita vontade de conhecer essa zona do globo que ainda tenho completamente inexplorada.

    :) Já estás na minha lista de blogues a acompanhar.

    Continuação de boas viagens! Bjs

    http://misspipetaseviagens.blogspot.com/

    ResponderEliminar
  2. Wow, inacreditável. E orientaste-te sempre bem com o carro? É fácil? Como organizaste a viagem a nível de percursos de carro? Andaste de mapa atrás ou não foi necessário? O aluguer do carro era a solução mais em conta ou foi opção pessoal para estares mais à vontade? Desculpa a quantidade de perguntas mas fiquei mesmo curiosa com a ideia!

    Aonde (não) estou

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eheh Sim, é muito fácil. Eu levei os mapas do Google Maps guardados offline no telemóvel mas é muito simples porque os cruzamentos são mesmo muito poucos e sempre bem sinalizados.
      O aluguer do carro não é a opção mais em conta só para uma pessoa - mais em conta para uma pessoa são os tours organizados. Mas era a única que me permitia ir a todos os sítios que queria no tempo pretendido, pois a maior parte dos tours prioriza o deserto e ao Parque Etosha, ignorando Lüdertiz (que apenas está em tours mais extensos).

      Eliminar

Enviar um comentário